cabelo vermelho de paixão

idas ao cromatógrafo

terça-feira, setembro 12, 2006

 

big bang

no dia do início,
suspensos numa pachorra morna,
sorríamos.

naquele sítio estranho,
sem minutos,
nem horas,
tinhamos todo o tempo
mas nem mais um segundo.

olhaste-me suavemente
e nesse momento
ateou-se o rastilho do mundo.
o tempo arrancou.
em matéria projectada e
numa amálgama em expansão
fomos atirados numa órbita dispersa
para fora do nada


perdi-te,
e desde então
busquei-te em negros buracos,
em constelações estranhas.
ouvi dizer que eras antimatéria animal,
barro celestial e até um cartucho,
daqueles de papel jornal em que se vendem castanhas assadas.

isto até te encontrar,
na forma voluptuosa de um quartzo pedra rosa.

agora trago-te comigo
e dormes na minha mão.
um dia vamos mudar de forma outra vez
e quem sabe,
num misterioso sincronismo,
voltemos ao mesmo vácuo
à mesma pachorra
ao mesmo sorriso





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